domingo, 17 de junho de 2007

O amor, o amor...

Mas, afinal, o que é isso do Amor? Um amigo perguntou-me, muito recentemente, se eu já tinha amado verdadeiramente e se sabia o que era o estado de paixão. Com a maior das sinceridades respondi-lhe que não sabia se o que tinha sentido pelos meus (poucos) namorados tinha, alguma vez, chegado a ser amor. A verdade é que fiquei a pensar no assunto de tal forma que viajei até aos tempos de jovem universitária, quando tive um namorado que, na altura, acreditei amar. Era um bonito rapaz, moreno, de cabelos e olhos negros e um largo sorriso franco. Tinha uma bela figura e adorava dançar. Foi com ele que aprendi a gostar da música tradicional das Astúrias, de raízes claramente celtas, e a executar, com gosto, os passos de dança ritmados, alegres, descontraídos. Éramos a companhia preferida um do outro. Passávamos juntos todo o tempo que podíamos: conversávamos, ríamos, brincávamos como duas crianças. Também passeávamos muitas vezes, de mãos dadas, ou abraçados, pelas ruas da cidade. De repente, parávamos, fosse onde fosse, e beijávamo-nos, como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte, por isso chamávamos a essas demonstrações de afecto e desejo "beijos de fim do mundo".



Numas curtas férias roubadas ao estudo, fui com ele conhecer a sua terra, os sítios dos seus encantos (que passaram a ser também dos meus, confesso). Assentámos arraiais em casa dos pais dele, na linda vila medieval de Potes, bem no coração das Astúrias, de onde partíamos todos os dias de manhã para voltar à noite, visitando assim uma boa boa parte dos Picos de Europa. Lugares maravilhosos, tenho que reconhecer. Nessa altura, estou certa disso, sentia-me apaixonada: pela vida, pelo amor, pelo meu rapaz, com quem estava a descobrir as delícias do sexo, do prazer íntimo, em complemento do prazer do que vivíamos juntos, na partilha da contemplação das belezas naturais que visitávamos. Em termos gastronómicos, ele prometeu-me que iria deliciar-me com, pelo menos, três maravilhas locais: a "fabada" (espécie de feijoada à portuguesa, mas com feijões brancos, grandes), a "sidra" (bebida verdadeiramente mágica, desenvolvida pelos druidas dos antepassados celtas e que, ainda hoje, obedece a rigorosos preceitos de manipulação, que se assemelham a um ritual, antes de ser degustada) e o "queso de cabrales" (com um fedor de fugir, mas um sabor equivalente ao melhor manjar dos deuses). Em Fuente Dé andei de teleférico, pela primeira e única vez, e tive uma sensação de liberdade, de plenitude, de qualquer coisa que deverá andar muito próxima daquilo a que chamam felicidade. Enlaçada pela cintura, com a cabeça no seu ombro, quase podia sentir os corações a bater em uníssono. Lá em cima, no alto da montanha, tive medo a sério, ao ser transportada de jeep por aqueles caminhos estreitíssimos, à beira dos precipícios, com pedras soltas na berma (do lado do precipício, bem se vê... ai! nem quero lembrar!). E quando se cruzavam dois jeeps? Estavam sempre a ver quem era mais malandro que o outro e se conseguia adiantar para fazer a passagem pelo lado de dentro (mesmo que isso implicasse fazê-lo em contramão). Aí, agarrava-me a ele com todas as forças, à procura de protecção, e escondia a cabeça contra o seu peito. Ele ria-se e chamava-me tonta. Segundo ele, não havia memória de alguma vez um jeep se haver despenhado. Os motoristas tinham muita prática e aquilo, para eles, era como viajar numa auto-estrada, para nós. Finalmente atingimos o planalto e foi como se tivéssemos chegado ao Paraíso. Lá no alto havia um único hotel, pequeno, mas lindo de morrer. Simpático e acolhedor, todo em madeira, com portadas e janelas verdes, telhados naturalmente bem inclinados, por causa da neve, e largas e compridas varandas a toda a volta, onde, numa confortável cadeira de repouso, se apanhavam excelentes banhos-de-sol. A vista era deslumbrante. Passámos lá o resto do dia e uma noite (de lua-de-mel, apetece-me dizer...). No dia seguinte, voltámos ao vale, novamente de teleférico, e a experiência repetiu-se. As sensações, os sentimentos. Esteve lá tudo outra vez.




Em casa dos pais dele fui tratada como "a" futura nora, para minha surpresa, e não como uma amiga do filho, como tinha suposto. Apesar disso, davam-nos a privacidade suficiente para que eu não me sentisse sufocada e, antes pelo contrário, fizeram-me sentir, de facto, em família, algo desconhecido para mim, naqueles moldes.

Quando acabaram as mini-férias e voltámos à vida normal fui surpreendida, poucos dias depois, por uma proposta dele no sentido de deixarmos as casas onde vivíamos, com colegas da Faculdade, e alugarmos um apartamento só para nós. Não esperava e fiquei sem resposta imediata. Disse-lhe que me parecia um bocado precipitado mas que iria pensar. Pensei, é claro.

Mas não precisei de pensar muito para saber que não queria, tão cedo na minha vida, encetar uma vida a dois, como se passasse a estar casada... não, decididamente, ainda não estava preparada para isso. Disse-lho no dia seguinte. Para quê adiar? Reagiu mal, a princípio, disse-me que, afinal, não o amava, senão teria ficado tão entusiasmada com a proposta como ele andou enquanto a congeminou e quando a concretizou. Até já tinha ido visitar alguns apartamentos na quase certeza da minha sintonia de objectivos. Após alguma dicussão, acabou por acalmar e resignar-se perante a fundamentação dos meus argumentos.

Nas férias de Verão eu voltava, invariavelmente, para junto da minha Avó, na Casa do Alto do Monte e, estranhamente, vivia esses dias tão intensamente, que não sentia a falta dele.

Continuámos, no entanto, a namorar e, próximo do final do Curso, apareceu-me com uma nova poposta. Desta vez, tipo ultimatum: tinha então o meu amado um tio que era cirurgião no principal Hospital de Gijón (era também Director ou, pelo menos, ocupava lá um cargo de poder). Dizia-me ele que já tinha falado com o tio e que, assim que terminássemos a Faculdade, iríamos os dois, direitinhos, trabalhar para o dito Hospital. Sem espinhas. Fiquei boquiaberta, como é de esperar. Apanhando-me naquele estado confucional, incapaz que estava de balbuciar fosse o que fosse, continou dizendo que, entretanto, não precisava de ser a correr, mas poderíamos ir começando a procurar residência e a pensar em casar. Aí, saltou-me a tampa!!!

Consegui articular: "casar?". "Sim", prosseguiu ele, "e depois teremos os nossos filhinhos. Já imaginaste a alegria dos meus pais quando formos passar férias a Potes, com a ranchada de netinhos à sua volta?". Passei-me. Interiormente furiosa com tamanho atentado à minha individualidade e liberdade de pensar e sentir, já para não falar em inteligência, limitei-me a retorquir, tentando aparentar uma calma e um domínio que estavam muito longe de corresponder à realidade: "então e se fosse ao contrário?". "Ao contrário, como?" perguntou ele, parecendo não conseguir vislumbrar nenhuma saída para nós além da que tinha planeado. "Então," disse eu, continuando a tentar manter a serenidade, "podíamos ir ambos para Portugal... certamente que trabalho não nos faltará, embora ainda não tenha feito qualquer contacto, ou tu já saberias disso..." o tom irónico desta última frase pareceu deixá-lo incomodado. Voltou à mesma conversa da outra vez: que eu não o amava, que todas as propostas vindas dele eram recusadas por mim, que o meu egoísmo era incomensurável ao ponto de só me deixar olhar para o meu umbigo, etc. etc...

Abreviando: ali mesmo acabou o "GRANDE AMOR". Separámo-nos zangados e estivemos vários dias sem nos procurarmos. Quando algum de nós avistava o outro, no campus, mudava de trajectória para evitar o encontro. Nas aulas em comum, comportávamo-nos como perfeitos estranhos.

Um dia, inevitavelmente, encontrámo-nos. Enfrentámos esse acaso e cumprimentámo-nos como dois amigos. De seguida, fomos até um bar, onde comemos uns pinchos e bebemos umas cervejas. Separámo-nos com as mais do que gastas frases-feitas "sem ressentimentos" e "amigos para sempre".

Terminámos o Curso, cada um foi à sua vida e nunca mais nos encontrámos nem procurámos comunicar. Há uns tempos soube, através de um amigo comum, que ele estava a exercer Medicina em Gijón, tinha casado com uma colega e já tinham um casalinho de filhos. Ainda bem para ele! Era o que queria, não era? Não foi comigo, mas outra soube corresponder ao modelo de amor, de mulher e de família que ele pretendia constituír. Quanto a mim, restam-me recordações muito bonitas, em especial da escapadela aos Picos de Europa e, sempre que sentir saudades de Cangas de Oníz, dos Montes Cantábricos ou do Naranjo de Bulnes, vou ao álbum de fotografias.

30 comentários:

Teresa Durães disse...

Estive a ler e a pensar. Mais ou menos uma história (não igual mas num outro pormenor ou noutro) calha a cada uma de nós, mulheres. A vontade de escolherem o nosso rumo e quando dizemos não à submissão chama-se egoísmo. São dois mil anos de cristianismo que nos falam da obediência feminina. ~

Não sei o que é o amor, na realidade. É uma palavra que parece arrastar uma série de confusões.

bom dia

Bichodeconta disse...

E amar é isso mesmo, gostar de partilhar o tempo e o espaço.. Sentir um frio na barriga quando estamos longe e incontactáveis.. Tarde descobri o que é o amor.. (Amor carnal) mas é a melhor coisa qie me aconteceu.. Muito bem conseguido este seu trabalho.. Vou voltar aqui sempre que o tempo o permita... Um abraço...

mixtu disse...

Vento...
lindo o teu profile...
o teu texto...
o amor, lá nas asturias que "conheço" por uma amiga, foi amor, o "tonta"...

O problema é que tu não és de te prender...

amor... é ter borboletas no estômago, é andar pelos montes das asturias, amor é andar a sorrir, em vez de caminhar... saltar...
amor... ai o amor...
e ao ler este teu post revi-me em algumas cosas, o ser livre, o não prender...
amor, agora fiquei confuso, nunca terei amado... ora bolas, estva convicto que sim...
ele.. está bem...
tu... também
a verdade e desde sempre me convenco disso, a busca, o procurar é confortante, o parar é estagnar...

amar é uma viagem de comboio... sem dúvida...

ps. o meu post é uma continuação dos outros 2...

abrazo europeu, agora fiquei com dúvidas, ora bolas, quem me manda a mim vir aqui ler-te :)

Entre linhas disse...

Apenas uma etapa da tua vida e que o destino marcou o individualalismo entre cada um.
Os rumos da vida por vezes são muito difusos.
Bom início de semana
Bjs Zita

Eduardo Leal disse...

Olá!

Antes de mais, obrigado pela visita lá pelo www.anossapena.blogspot.com

Volte sempre!

Gostei do seu blog.
Excelentes textos e fotos lindíssimas.

Voltarei!

Anónimo disse...

Engraçado tive uma história semelhante, mas encontrei o amor, o amor que não impõe, que deixa viver, que nos deixa ser quem nós somos, mesmo que isso por vezes possa pôr o próprio amor em risco.
Gostei da escrita, um pouco longa mas bem escrita, vou voltar.
:)

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Olá, Mafalda.

Hoje vim aqui espreitar o teu blog com toda a disponibilidade de tempo que permitisse fazer uma serenata ao longo da noite toda, até ao raiar da aurora.

Vim sorrateiramente e em bicos dos pés para não acordar a vizinhança.

Vim com o espírito e o coração libertos, sem opressão no peito ou na mente, para simplesmente estar.

... E me perguntas, à queima-roupa, "Mas, afinal, o que é isso do Amor?"

Mas eu não sei o que é isso do Amor. Fiquei sem saber o que pensar ou dizer. É que, realmente, já foi dito tanto, e escrito ainda mais, que eu ... mas que sei eu disso?

Passado o impacte inicial retomei a marcha na leitura do teu post, pensando que, já que me aventurei até aqui, prossigamos então.

Ficaste a matutar e lembraste-te de um caso antigo, um caso teu, de que te serviste para escalpelizar o amor. Sai, por defeito profissional, uma anatomia do amor. Anatomia, embriologia, fisiologia, patologia do amor.

Anatomia, porque o amor tem órgãos, estruturas, sistemas, particularidades, detalhes, conexões, lugares, formas.E a anatomia do amor é, precisamente, a transfiguração dos lugares geográficos onde projectamos os estados de alma, o contorno dos sentimentos, o palpitar das emoções.

Embriologia, porque o amor é esse minúsculo quase nada que começa numa linda figura e sabe dançar, nidifica no nosso coração, placentamo-lo com conversas, risos brincadeiras de crianças, passeios de mãos dadas e beijos. Evolve em estruturas bem mais complexas, como o rasgar das tensões da carne, as delícias do sexo, o prazer íntimo. E cristaliza em projectos de consumação matrimonial, ranchadas de filhos, satisfação da velhada, de acordo com modelos fixos de uma genética (será memética?) tradicional.

Fisiologia é a lógica dos sentimentos, a tríade do paladar e do olfacto (fabada, sidra e cabrales), a cinestesia das acrobacias mecânicas (teleférico, jeeps) sobre um solo de fazer pavor, a socialização familiar, o ir de férias, o voltar de férias - espantosa dialéctica de onde o amor se desfaz como abstracção e ganha vida.

Finalmente, patologia. Porque não há amor sem esse pathos chamado "paixão" e a sua aura, o "enamoramento". É o sofrimento que se sofre sem se ver. Que nos consome sem o sentir. Que nos envolve num estado de autismo e catatonia emocionais. Que nos permite projectar no outro os nossos ideais delirantes de perfeição, beleza e simpatia. E é o acordar, o sair do torpor quasi metafísico do amor e descobrir que o mundo nos resiste, se opõe ao desejo de independência, cobra caro quando queremos o estado fusional e, ainda assim, manter a individualidade.

Mas dentro do teu texto do amor, descobri outro texto do amor, o do amor aos Picos.

Se te percebo, Mafalda!

Faz umas décadas a esta parte, estava divorciado, divorciado de um antigo amor, claro! Fui afogar a mágoa da separação com outro amor, sabes aonde, Mafalda? Claro aos Picos.

Nesse primeiro ano, fizemos a entrada de noite vindos de Léon creio que pelo Puerto de San Gregorio, se a memória não me falha. Com frio, desorientados e amuados, pois tivéramos a primeira grande discussão umas horas antes . Fomos cair, passadas umas horas de terror e de descida infernal numa aldeiazinha acolhedora com parque de campismo. Fizemos a tenda às escuras, aquecemo-nos como pudemos, e dormimos o sono reparador. Acordámos com o berro aterrador de uma vaca à porta da nossa tenda. Não se tratava bem disso, mas de uma ilusão acústica provocada pela configuração do vale escavado onde se situava o parque. Este foi o primeiro de muitos episódios que evitarei contar aqui e agora para não te maçar.

Estávamos no vale de Liébana muito perto de Potes e Fuente Dé que visitámos nessa manhã. Viajámos por todas as Astúrias e Cantábria.

No ano seguinte, voltámos e instalámo-nos em Arenas de Cabrales e peregrinámos em torno do Naranjo, do pré-românico e moçarabe, das sidras derramadas no chão, do festival nauseante de cheiro na feira de Cabrales e outras experiências que certamente também partilhaste.

E voltámos no ano a seguir. E voltámos.

A vida não nos permitiu voltar. Mas uma coisa é certa: logo que possamos, regressaremos aos Picos.

Isso é outro amor que só quem passou por ele o reconhece...

Não foi esse o teu grande amor. E ainda bem: esse rapaz, se eu percebi bem, não te merecia. Estava noutra onda, como se diz agora.

O amor é uma arte. Nasce-se ou não com o dom para amar. Para se amar é preciso inspiração. Mas requer, sobretudo, muito trabalho: prática, experiência e suor. E se não pensarmos em amor em termos apenas românticos (muito menos platónicos) exige mesmo muito suor.

:-)

Enfim, não se pode evitar. Acho que estamos condenados a amar.

Beijinhos

carteiro disse...

Amiga Mafalda,
de novo tenho a dizer que as tuas palavras me tocaram profundamente.
Minutos depois de te ter lido e revisto as fotografias ainda estava especado a olhar para o monitor, a pensar nesta história. E assim continuei, e pensar em mim e no que podia encaixar em mim e aprender com a tua história.

Este carteiro também não sabe, directamente, o que é o amor. Há uma história que é, de longe, muito menos interessante que a que li aqui. Muito intensa, à sua maneira, mas ainda assim, depois de ter lido algo tão completo fiquei rendido. E tu escreves tão bem! É um prazer ler-te, uma alegria mesmo.

Boa semana.

APC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
APC disse...

Eis uma estória da tua história, que tinha que ser escrita. Com respeito e gosto a li! Sorrindo.

Revi-me no início do comentário da Teresa: mais ou menos, calha a cada uma de nós (e agora alargo para envolver também os "eles", porque sim... Claro!).

O amor não se sabe, sente-se (!?!)
Não sei se se sabe que se sente e talvez se sinta que se sabe. Eu sinto que o senti!

Curioso, que nem por isso se é mais feliz assim. De uma forma sim, pois se se sentiu! De outra forma não, pois se ele é passado. E de novo sim, porque se se recorda. E de novo não, porque...
:-)

Dinâmico e misterioso, esse tal de sentimento, que permanece mesmo que não saibamos se o sentimos ou não sintamos que o sabemos!... Permanece mexendo, moendo, tecendo estórias de nós! :-)

Um abraço!*

galatea disse...

Tu historia es linda, simple y honesta, por lo mismo debe identificar a mucho de nosotros.
Tuve un amor juvenil, qué bien lo pasábamos, pero al año terminé con él, simplemente se me acabó el amor y no podía fingir. De eso un hermoso recuerdo de felicidad.

mixtu disse...

... coloca desassossego nisso...

yayaya
abrazo

Maria Carvalhosa disse...

Olá Mafalda,

Através do meu "Regresso a Kyoto" ficaste entusiasmada com a ideia de lá ir, pela primeira vez.
Só te digo: vai, se puderes. Nada na vida se compara a encontrar o Japão milenar no espírito de Kyoto.

Pelo meu lado, ao ler a tua história, essencialmente localizada nas Astúrias, fiquei cheia de vontade de lá voltar. Ai, aqueles Picos... e a "fabada"... e, já agora, aproveitando a embalagem, porque não revisitar a sempre encantadora Galiza? Vou pensar nisso (pelo menos através da memória fotográfica, como no caso de Kyoto). Na Galiza estive novamente há dois anos, às Astúrias é que já não vou há mais tempo. Pensando bem, é capaz de estar na altura de lá voltar!!!

Beijinhos.

A.S. disse...

É assim que se constrói uma vida! O caminho faz-se caminhando...

Este teu texto é um bom exemplo de sensatez e maturidade. Gostei!


Um beijo!

vida de vidro disse...

Obviamente não estavas apaixonada. Senão terias feito a asneira de aceitar que ele decidisse tudo... errado, mas típico da paixão! :)**

Nilson Barcelli disse...

Explicar o amor é tremendamente difícil. Mas fácil ao mesmo tempo. Quando o sentimos, sabemos logo do que se trata...
Gostei da tua narrativa. Sabes contar e prender o leitor. E está muito bem ilustrada, não só com as fotos como também com alguns pormenores dos locais onde estiveste.
Se calhar a tua vida dava um filme ou, neste caso, um livro. Por que não a vais contando em capítulos? E no fim, quem sabe o tal livro esteja pronto...
Beijinhos.

HNunes disse...

O amor, alguém disse-me uma vez, que é algo que nos faz cometer as únicas loucuras, as quais demoramos a arrependermo-nos. Pensei e respondi, depende.

jorge esteves disse...

Os Picos da Europa, que ando a prometer a mim mesmo há, pelo menos, dez anos, foram um belo cenário para um bem escrito poema de amor. Depois segui-se a prosa do casamento...
Há quem diga que o casamento é apenas a Divina Comédia escrita ao contrário: primeiro o Paraíso, depois o Purgatório a que segue o Inferno. Mas há quem ache que o casamento feliz é uma longa conversa que sempre parece curta demais...
Gostei de te ler!
Abraço

Rosa dos Ventos disse...

Também eu já fui muito feliz nos Picos da Europa sendo a condutora na subida! Arrepiante quer a subida quer a descida!

Graça Pires disse...

Mafalda, podia deixar-te, aqui, algumas considerações sobre o amor. Mas já te disseram tanta coisa que me limito a citar o lema da minha mãe: o mais importante é seres feliz. Um beijo.

Maria disse...

Mafalda

Li-te, e reli-te.
E cada vez gosto mais de te ler....
Não vou escrever muito mais, dados os comentários já aqui publicados.
Apenas te digo que eu sei o que é o amor....

Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Quando escreves mais?
Fico à espera...
Beijinhos.

aquilária disse...

cara mafalda,

hoje tirei um tempo para te ler.
neste post falas de paisagens que me são muito familiares e que podem contar, também, histórias que me dizem respeito.gostei da forma como embrulhas a fruição das paisagens e a de outros prazeres, sentimentos...
quanto à pergunta que inicia o teu texto: vivemos um somatório de amores, quase sempre imperfeitos, como diamantes em bruto, que cuidadosamente poderemos ir lapidando. cabe-nos também a nós torná-los gratificantes. e, se necessário for um desfecho, que ele aconteça com um mínimo de mágoas.
mas quero dizer-te que gostei e continuo a gostar muito do teu texto "papoilas ondulantes". subtil. nao comentei, na altura em que o li, mas não queria deixar de o referir.

um abraço grande

mixtu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
galatea disse...

Te parece curioso que Galatea regrese "al lugar del crimen"?... (metro estación central)... el sentimiento de nostalgis provoca un gustito dulce-amargo muy adictivo.
um abraço.

Isabel José António disse...

Cara Amiga Vento Agreste,

Fala-se tanto do amor. E quase ninguém o sabe dizer ou, até saentir. Na maior parte dos casos pensamos que sabemos.... E falo com conhecimento de causa.

Amor é a energia primordial que tudo vivifica, que tudo mexe e que tudo "empurra" para que se viva a vida.

Mas a energia tem vários níveis de vibração. De mansinho, teremos o que se poderá chamar, correntemente, amizade, carinho, ternura, enlevo,, etc. Vibrando com muita energia, estaremos, certamente, a falar no reino das paixões, das urgência em consumar aquele amor, seja físicamente ou não.

O que importa é amr. Amar significa percorrer o caminho de acordo com essa energia vital: Amar o bem, ter ética; amar a vida; amar alguém; respeitar a individualidade do outro e o seu libre arbítrio; e, fundamentalmente, PARTILHAR. Partilhar não pode significar impôr. Paratilhar significa que tu dá e eu dou e nos nossos Eus ficam acrescidos, mais plenos e enriquecidos.

Esse fio condutor, pode ter "picos" de explosões ou "acalmias" de repouso. Não pode é mudar em direcção ao oposto (ao mal, à inveja, à não comunicabilidade, ou à não partilha, o que se traduziria no individualismo).

Quando não sabemos, parecemos cegos e não há maneira de conseguirmos ver.

Muito boa partilha aque está feita no texto. Todos nós, uns de uma maneira e outros de outra, fizemos os nossos percursos, demos e levámos muito na cabeça, mas o que importa é caminhaR em direcção à LUZ que está dentro de nós. Afinar esse diapasão que atrairá outros que vibrem no mesmo comprimento de onda. Então aí, a partilha é REAL e profunda.


José António

Isabel José António disse...

Cara Amiga Vento Agreste,

Peço desculpa por voltar a esta sua casa.

Agora queria informá-la que, se estiver na região de Lisboa, em 14 de Julho próximo, pelas 18 horas, irei proferir uma conferência pública, de entrada livre, na Rua do Alecrim, nº. 38-3º., em Lisboa, sede da Sociedade Portuguesa de Naturalogia, subordinada ao tema:
ESPIRITUALIDADE E CIÊNCIA
Seguir-se-á um debate entre o palestrante e a assistência.

Se estiver por cá e quiser aparecer, será bem vinda.

Um abraço

José António

o alquimista disse...

Tanto rumo...tanto céu, tanta vida para viver...tu és imensa...voa...!


Doce beijo

Besnico di Roma disse...

POTES, lugar maravilhoso… acabaste comigo… a “fabada” e logo agora, que até comia uma…e o queijo de “cabrales”… ai cala-te miúda , estou a ficar verde de gula…
Sabes, o queijo é tanto melhor quanto mais cheira a bota da tropa com 15 dias de marcha. eh eh eh
Ai menina Senhora doutora, o Tio Besnico vai ter um ataquinho!

Aposto que a fotografia do rio, donde se vê a ponte – aquela que tem as flores vermelhas, foi tirada da “Casa do Caio”, do terraço do último andar ou da varanda da sala de jantar?!... acertei?

Quanto ao resto… quem casa, não pensa. Quem pensa, não casa. É um ditado do povo, e quanta verdade encerra.

Beijitos

Anónimo disse...

encantadora galiza (fernando henriques vaz)