Leda and the Swan by W.B.Yeats
A sudden blow: the great wings beating still
Above the staggering girl, her thighs caressed
By his dark webs, her nape caught in his bill,
He holds her helpless breast upon his breast.
How can those terrified vague fingers push
The feathered glory from her loosening thighs?
How can anybody, laid in that white rush,
But feel the strange heart beating where it lies?
A shudder in the loins, engenders there
The broken wall, the burning roof and tower
And Agamemnon dead.
Being so caught up,
So mastered by the brute blood of the air,
Did she put on his knowledge with his power
Before the indifferent beak could let her drop?
A família Yeats legou à Irlanda, em particular, e ao mundo, em geral, um fabuloso espólio artístico. Desde o pai, John Butler Yeats, escritor mas, acima de tudo, famoso pintor, de que os retratos são a sua mais conhecida forma de expressão artística, ao inigualável poeta W.B.Yeats, percursor da nova poesia irlandesa, sem rima, com marcadas influências do seu grande amigo Ezra Pound, com quem era mantida correspondência assídua, de ambos os lados do oceano.
Retrato de W.B. Yeats, da autoria de seu pai, John Butler Yeats - 1906
Já o irmão mais novo de Williams, Jack Butler Yeats, sempre demonstrou maior vocação para a pintura, tal como o pai, sendo considerado o expoente dos pintores modernistas da Irlanda, tendo inclusivamente sido conotado com a escola expressionista.
Jack Butler Yeats, (Atlantic Drive), 1944, The Hunt Museum, Limerick
Jack Butler Yeats (My beautiful, my beautiful) - 1953
Da bela Irlanda levo imagens que, para sempre, ficarão comigo. Também o meu imaginário ficou mais saciado, após esta visita em que procurei aprofundar, tanto quanto possível, as raízes celtas que tanto me fascinam, a lendária e mítica história da ilha de onde Isolda partiu para casar com o Rei Marco e afinal, da sua paixão com Tristão, nasceu uma das mais belas histórias de amor da cultura Ocidental :
"Frisch weht der Wind der Heimat zu, mein Irish Kind, wo weilest du?" (Tristan und Isotte, Wagner - frase citada no poema "The Waste Land" de T.S. Elliot).
Ilha de grandiosos escritores, cuja escrita já me acompanhava, mas que agora julguei entender um pouco melhor, de Jonathan Swift a Samuel Becket, passando pelo incomparável James Joyce e por George Bernard Shaw.
Pois é, mas tenho mesmo que rumar a terras algarvias (o contraste térmico até poderá ser interessante... além do mais vou ter oportunidade de nadar no mar, finalmente. Sim, porque nesta terra não me atrevi a fazer mais do que molhar os pés nas águas fresquinhas, fresquinhas... e mesmo assim ficava com eles enregeladinhos!!!) mas a verdade verdadeira é que, embora os irlandeses funcionem com euros, como nós, os euros aqui custam bastante mais dinheiro do que em Portugal. Refiro-me aos "comes e bebes", aos alojamentos, enfim a tudo aquilo em que é mesmo preciso gastar dinheiro... sei que no algarve também não é barato, mas quem viaja de Dublin para Faro consegue ter férias muito mais económicas do que se fosse de qualquer ponto do nosso País. É triste, mas é verdade. Nem vos digo quanto vou pagar por estas férias num aldeamento "top class", com tudo incluído. Parece-me vergonhoso que um estrangeiro precise de dispender apenas cerca de 1/4 do que um portuguesinho de gema, nas mesmas condições, tem de gastar... Enfim, as injustiças desta nossa sociedade (mercado único, união europeia, livre circulação de pessoas e bens, fariam prever condições de subsistência e até de férias, - porque não? - naturalmente idênticas, não era?) MAS NÃO É!
Claro que não vou endireitar o mundo nem me vou armar em mártir, portanto, como qualquer português feito esperto, vou aproveitar, já que estou aqui!... (seria honesta, ficaria de bem com a minha consciência, etc. e tal, mas seria uma parva, e, pior do que isso, arrepender-me-ia todos os dias se não o fizesse, não é verdade?).
Amanhã vou, então, direitinha da Ilha Verde para o Algarve escaldante. Chegam-me notícias de que o calor em Portugal está insuportável, mas, apesar de não ser propriamente uma "indigente", o meu "pé-de-meia" para as férias já não me permite continuar por mais tempo neste fresco e verde paraíso, onde tive a oportunidade de conhecer paisagens deslumbrantes, enriquecer os meus parcos conhecimentos sobre a herança celta e a mais recente cultura irlandesa e, para meu espanto, descobrir que na Irlanda existem muitos corvos. A sério! E não é só à beira-mar... é por todo o campo, que é como quem diz, relembrando a amiga Bettips, countryside. Vamos por uma estrada, entre uma cidade e outra, por exemplo e, à porta de cada casa, de ambos os lados da estrada, está postado um corvo verdadeiro. Tipo cão-de-guarda... será um corvo de guarda? Adorei esta particularidade, a juntar a todas as outras que vim referindo ao longo dos posts que nesta ilha de sonho, onde o fantático e o real chegam a confundir-(se)-me, consegui arranjar algum tempo para escrever.
Talvez dê notícias da minha estadia do lado de cá de Marrocos, se me sobrar algum tempo fora de água... senão... até um dia destes, de onde voltarei ao Vento Agreste para pôr a escrita em dia, lá do alto da minha montanha.