
There was a youg squire from Japan
whose verses just never would scan
when asked why this was
he replied "it´s because
I always try to fit as many words into the last line as ever I possibly can"
Para minha decepção, na cidade de Limerick não nos deparamos com jovens poetas a declamar limericks nas esquinas das ruas, nem se vêem limericks grafitados nas paredes, nem as livrarias se encontram a abarrotar de livros de limericks.
É uma cidade bonita, apesar dessa lacuna imperdoável.
Ontem á tarde fui saír com o meu amigo: vagueámos pelas ruas da cidade, observámos curiosas fachadas coloridas, fortemente constratantes nalguns prédios antigos, entrámos em tudo quanto era livraria (pois claro!) e fomos visitar o famoso castelo de St. John.

Sempre entretidos na conversa, já tinha anoitecido quando nos lembrámos que não tínhamos comido nada desde a hora do almoço, que tinha sido bastante frugal, no meu caso.
Debandámos então para a zona dos restaurantes à procura de um onde pudessemos saciar o apetite que começava a fazer-se notar fortemente.
Passava um pouco das nove quando enfiámos pela principal rua onde é suposto "dar-se ao dente". Entrámos num. Surpresa das surpresas: não era restaurante. Ou antes, tinha sido até há bem pouco tempo mas, a partir das nove, tinha virado bar e só vendiam bebidas. Comidinha, que é boa, nada.
Entrámos e saímos de um segundo com a mesma desagradável mensagem: "Sorry, no food. Drinking only".
Ao fim de termos tentado uma meia-dúzia, perdi a vergonha e, no último restaurante onde entrámos, perguntei a uma jovem irlandesa com ar simpático se não nos arranjaria, pelo menos, um pouco de pão para comer. Ela sorriu, com ar de quem poderia fazer a sua boa acção do dia e dirigiu-se para a cozinha. Foi com um sorriso idêntico que voltou, mas com uma informação terrível: "So sorry, I just thought there was some bread left but... someone must have taken it home. Sorry..." e fez um barulhinho com a língua no final como quem diz "coitados, tenho mesmo pena de vocês".
Desalentada, disse ao meu amigo que ía para o bed and breakfast onde estava hospedada e que talvez aí me safasse com o room service. Imediatamente ele me tirou as peneiras: "aqui não há disso, menina. Se queres comer, vais ter que esperar pelo desayuno, amanhã bem cedo."
Sentei-me numas escadas, desesperada com fome, prestes a gritar de raiva. Foi então que o Nacho (ah, esse é o nome dele, ainda não tinha referido) me disse: "sabes que uma pint guiness equivale, em termos calóricos, a um bom bife com ovo a cavalo?" Respondi-lhe, com um sorriso amargo: "no me digas tonterías, hombre".
A verdade é que ignorou a minha displicência, me pegou no braço e me arrastou até ao pub mais próximo. Sentámo-nos ao balcão e começámos por pedir, como é óbvio, "two pints Guiness, please". A cerveja soube bem. Sou fã, como sabem, mas quando cheguei ao fim do primeiro copo continuava a sentir o estômago a reclamar por matéria sólida - comida, mesmo. Queixei-me e imediatamente o meu companheiro de infortúnio pediu mais duas.
Assim continuámos, noite dentro, com algumas idas ao wc para "desbeber". Às tantas, já ríamos por tudo e por nada e tínhamos acabado por esquecer o apetite devorador.
Foi amparada pelo Nacho que reencontrei o caminho para o meu alojamento. Despedimo-nos, com muitos abraços e beijos e risadas, subi ao quarto, e caí "redonda" na cama.
Hoje, às sete da manhã já estava a pé, à porta da sala-de-jantar, esperando ansiosamente que a dona da casa viesse servir o pequeno-almoço. E com que magnífica refeição me presenteou: um típico irish breakfast onde não faltavam as salsichas, o bacon, o feijão, o ovo estrelado, as batatas fritas e sei lá que mais... se alguma vez me tinha passado pela cabeça comer feijão às sete da matina!!! Ai, ai, se a necessidade aguça o engenho, não há como uma barrigada de fome para acabar com as esquisitices... ha, ha, ha... (ainda não consegui parar de rir. O efeito da Guiness dura e perdura!).
Até breve. (ha, ha, ha, ha, ha...)
9 comentários:
E não foste de modas, logo um pint.... é que podia ser half a pint.....
Imagino-te, vês como a guiness mata a fome... temporariamente? É uma questão mental.
De vez em quando, para matar saudades, compro aqui guiness. Que bebo numa dessas canecas de vidro fininho. Mas não é a mesma coisa...
Beijinhos
"Juventud divino tesoro", canta Paco Ibañez. Lembrei-me da canção pela maneira solta como estás a divertir-te. Que bom Mafalda. Um beijo.
yayaya
guiness...
inteligente o espanhol... o nacho e gentleman e mais não digo, yayaya
desconhecia em completo essa forma poética...
yaya, comer, mas ...
yayaya
cidade bonita, sem dúvida...
abrazo amigo, lendo as peripécias...
outra cidade e mais "desgraça"
Gostei da tua noitada!
Um jejum de vez em quando não faz mal a ninguém! ;-))
Continuação de boas férias ...e começa a embrulhar quaquer coisa do petit déjeuner e a meter na mala...por causa dos desacertos das refeições!
Boa continuação de férias.. Um abraço, Ell
Passei de corrida mas estou a adorar estas tuas descrições. Que belas férias!!! Continua e aproveita tudo, tudo!
Beijos grandes
Agora percebo que há outras razões (para além do filme 'Os cavalos também se abatem'...)para não gostar de bife com ovo a cavalo...
Abraço.
Deliciosa, esta aventura.
não conheci Limerick snif!! (mas a Guiness... ehehehhehe)
mas a Guiness alimenta!!! ehehehhe
(ai... morro de inveja!)
Enviar um comentário