quarta-feira, 18 de julho de 2007

Irlanda - frente a frente com os mitos


No meu post "ganhar asas e voar", de 10 de Junho passado, escrevi: "O primeiro sítio onde vou parar há-de ser um que tenha mar... muito mar... quero tanto sentir esse cheiro meu desconhecido que é o da maresia... e dormir ao som das ondas que se desfazem na areia, ou que embatem contra as rochas... . Também gostava de estar numa ilha. Ter a sensação de estar rodeada de água por todos os lados deve ser maravilhoso, inexcedível de prazer... bom, para mim, por enquanto é apenas indescritível, faz parte do meu imaginário desde criança. Esperemos por esse dia..."

E esse dia chegou. Aterrei na Irlanda e fiquei frente a frente com os meus mitos da infância: o do mar, o de estar numa ilha, o de ir à Irlanda procurar os duendes e fadas das histórias que a avó me lia, perder-me em bosques frondosos e encontrar dragões a guardar castelos como os que ela descrevia nas aventuras que contava.

Dublin vista do ar é uma cidade muito bonita. Com toda aquela baía que a abraça. Em terra é uma capital, como imagino que sejam muitas outras, mas com peculiaridades bem ao gosto dos "Dubliners". Lembro-me que, quando li os contos de James Joyce e, mais tarde, vi o filme de John Huston com o mesmo nome, tudo me pareceu sombrio e, até, algo deprimente. Ficou-me desde então a ideia de que o povo que habita aquele sítio ainda hoje assim seria. Nada disso. Dublin é êxtase de vida. De boa comida, de boa bebida, de quotidiano leve e fresco. Fiquei apreciadora da beleza particular do local, da simpatia das gentes, mas, acima de tudo, perdoem-me a momentânea ausência de delicadeza de sentimentos, dos extraordinários petiscos e da inigualável cerveja Guiness...



Desde ontem que estou em Galway, uma estância turística por excelência, com nada mais nada menos que sete lindíssimas praias com bandeira azul. Numa delas, a praia dos Corais, a areia é mesmo formada por mínúsculas partículas de corais que a erosão foi reduzindo, ao longo dos anos, à condição de areal relativamente confortável aos pés. Já a água é uma dor de alma... tão límpida, tão convidativa, mas tão GELADA! Daí a elevada afluência de banhistas que se pode comprovar na fotografia abaixo - em pleno Julho, pico da época balnear!... vá lá, não se riam, disseram-me que há alguns bravos irlandeses que, de longe a longe, vão dar umas braçadas.


Já nesta praia, uns quantos turistas mais afoitos andam na areia, saltitam pelas rochas e até se atrevem a penetrar nas gélidas águas (com fatos impermeáveis ou isotérmicos, nalguns casos, mas não deixam de fazer honras à sua bela praia, limpa e saudável, que orgulhamente ostenta a dita bandeira azul da União Europeia).


No fim de um dia inteiro de excursão pela costa junto a Galway, nada melhor, para terminar a jornada em beleza, do que um relaxante passeio a bordo do "Corrib Princess", um iate turístico que atravessa a cidade de Galway navegando nas calmas águas do rio Corrib. Com sorte, é-nos oferecido um lindo pôr-do-sol, acompanhado por uma brisa um tudo-nada fresca, que aconselha a descida do convés à zona coberta da embarcação, de onde continua a disfrutar-se uma paisagem de encher as medidas a qualquer visitante.

15 comentários:

P disse...

Excelente mergulho na Irlanda!
Boa estada
Abraço

Graça Pires disse...

Boa viagem, Mafalda. O mar, seja ele da Irlanda ou de Portugal, é sempre um espaço de liberdade e de prazer. Diverte-te. Um beijo.

mixtu disse...

eu tenho cá para mim que todos os paises são bonitos...
e na verdade pintaste a irlanda com cores bonitas...
nunca fui à irlanda, aliás, o mais longe que fui, foi da serra aos HUC, (nada de grave) mas o que me faz lembrar a Irlanda... mesmo que não se tenha ido lá, temos uma memória de um país:
duas irlandesas que vieram pelo programa erasmus e ficaram na republica onde eu estava, uma loira, outra ruiva, a ruiva nunca abriu a boca,, a loira acompanhou-nos nos copos, ou melhor viu-nos a beber os copos pela sé, quebra-costas e sei lá por onde...
ficaram admiradas com a nossa tv, o sensual das imagens da Tieta do Agreste, por lá (por aí) não há nada disso...
Irlanda é verde, cerveja, um povo hospitaleiro e calmo (adeptos ed futebol
a irlanda o norte, a greve de fome, o ira,o modelo de desenvolvimento da irlanda transposto pelo prof. cavaco (infraestruturas), hoje substituido pelo nórdico, das tecnologias, e se o 1º me deu uma estrada nova até ao sabugueiro, o 2º deu-me este computador,
e já agora, amiga, amiga como quem diz, sra. dra. se quer sentir o que é estra numa ilha... uma proposta: uma ilha açoreana, a do Corvo em temporal...
abrazo europeu

Nilson Barcelli disse...

Com que então zarpaste mesmo...
Gostei de saber os pormenores, eu nunca fui à Irlanda.
Diverte-te, beijinhos.

Besnico di Roma disse...

O mínimo que posso dizer é que estou invejoso.
Quanto à praia, credo… tanta gente, parece Carcavelos num Domingo de Agosto… eh eh eh
Boas férias.
Um beijito do Tio Besnico.

Rosa dos Ventos disse...

Afinal continuas em viagem!
E por sítios espectaculares...
Já encontraste algum duende?!
Boas férias!

bettips disse...

Pois, Mafalda de contos de encantar... "As meninas Exemplares"... Dá para tirar fotos das portas coloridas que em Dublin são um "must"?. Nunca estive mas alguém muito próximo tirou fotografias bonitas. E as tuas são-no! Obrigada pela partilha, eu morro por lugares com essa mágica e gosto das tuas descrições de fadas e duendes. Diverte-te IMENSO e abraço.

redonda disse...

Fiquei muito contente por me ter "linkado" e estou a pensar em virar visita frequente daqui :)
Um bom fim de semana
Gábi

Teresa Durães disse...

o quanto adorei Dublin!!! Guiness, os bares, a simpatia dos Irlandeses.

Tenho de regerssar!!!!

Boas férias e diverte-te

carteiro disse...

A Irlanda é um dos países que gostaria de visitar :)
Aproveita e descansa... e vai deixando mais imagens do que vais vendo e vivendo.

Bichodeconta disse...

Que a viagem seja boa e de para retemperar as forças.. Um abraço aqui do outro lado do oceano...

Maria disse...

Boas férias, Mafalda.
Um dia eu hei-de lá voltar. à Irlanda.
Já agora, experimenta um bom uísque irlandês......

Beijinhos

Maria P. disse...

Boas férias!

Aproveita tudooooo!
Beijinho:)

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Se há sentimentos inconfessáveis, a inveja nem às paredes confesso. Mas neste caso sinto-me um cão raivoso, roidinho de inveja.

Confesso que estou cheio de inveja. Sempre quis ir à Irlanda e não fui.

Tenho muitas razões para isso:

Primeiro, já fui irlandês noutra geração (Corrijo, irlandesa que morreu muito jovem por ter perdido a cabeça no calaboiço).

Segundo, por ter deambulado em Dublin com o senhor Bloom umas quinhentas e tal páginas, atascado em cerveja e, depois, perdido. Aina hoje Perdido.

Terceiro, é tanta a vontade que ando sempre a roçar os fundos das calças pelas cadeiras do Henessys e a suportar as horrorosas batatas cheias de manteiga, ou lá o que põem nas ditas. Só evito em dias de futebol que aquilo é tanta excitação que incomoda a minha pacatez de latino.

Diz-se que eles também são, como nós, celtas. E que Dublin é como Lisboa. E que Joyce é como Pessoa. E que os católicos deles são como os nossos, tendo em comum o facto de não o serem. As fadas e os duendes deles não são como as fadas e os duendes germânicos, assemelham-se mais às moiras encantadas, pese o facto de não terem andado por lá sarracenos. Nós cá temos os espanhóis, eles têm os ingleses.

Mas se calhar a Irlanda não é só as gentes, é também o mar, o mar atlântico onde ao longe, se a terra não fosse redonda, se vislumbraria a América, a terra das patacas.

Bom, acho que devo parar. (Que inveja!)

Beijinho e diverte-te. (Traz-me um bocado da terra de lá, para cheirar)

Nilson Barcelli disse...

Deves andar muito ocupada para não teres escrito mais nada.
Ou então o teu namorado apareceu aí...
Como é que ele se está a aguentar? Ainda não disseste nada...
Beijinhos